Depois do sucesso de “Popcorn – Qualquer Semelhança Não é Mera Coincidência”, o dramaturgo Jô Bilac volta a assinar a direção de mais um de seus textos. O thriller “Caixa de Areia” traz um elenco estelar, encabeçado por Taís Araújo. Usando uma inédita atmosfera de suspense, o autor se inspira em nomes como Agatha Christie, Alfred Hitchcock e Nelson Rodrigues. Os atores Luiz Henrique Nogueira, Cris Larin, Jaderson Fialho e Júlia Marini completam o elenco do espetáculo.
A montagem completa a trilogia iniciada com “Savana Glacial” – Prêmio Shell de Melhor Texto em 2011 – e “Pop Corn“, sendo o 14º texto escrito por Jô. Interpretada por Taís Araújo, Ana é uma crítica de arte que vê a vida de forma indiferente, como se não participasse daquilo que acontece. Aos 50 anos, é obrigada a voltar ao apartamento onde morou na infância depois que sua inquilina comete suicídio. Lá, ela precisa encarar diversos fantasmas que aparecem como memórias de sua família, de seu casamento e de seu trabalho. Ana faz uma análise sobre sua própria vida a partir das três mortes que a marcaram: a de Samantha, a moradora do apartamento; de seu filho e de seu marido.
– A minha maior inspiração vem de questionamentos pessoais. Toda vez que vou escrever um texto, eu me pergunto o que eu quero provocar com a minha obra, o que eu quero atingir, onde eu quero chegar. O que reverberar para o mundo uma vez que tanta coisa já foi dita? A vida tem sido cada vez mais absurda do que a arte. Então acho que as minhas ideias vem dessa angústia ancestral da condição humana e o que ela implica ao existencialismo. Por isso tem sido um tema tão recorrente na minha obra – explica Jô Bilac.
“Caixa de Areia” completa a trilogia iniciada com “Savana Glacial”
O projeto é uma parceria do autor com a atriz Taís Araújo. Foi dela a ideia de montar o espetáculo ao lado das produtoras Miçairi Guimarães e Zulma Mercadante. Quando Bilac contou que estava escrevendo um texto, a atriz imediatamente quis colocá-lo no palco. Devido a compromissos da atriz com a televisão, a peça foi adiada por um ano, durante o qual Sandro Pamponet também integrou o projeto para auxiliar na direção – repetindo a dobradinha de “Popcorn”.
– O Jô veio com uma proposta sensacional de realizar o mesmo processo que ele faz com a companhia dele (Cia Teatro Independente): começar os ensaios sem texto. A gente só sabia o tema, que era sobre uma “crítica”. Ele foi desenvolvendo o texto de acordo com o ensaio. Um processo inédito para mim, bem artesanal, onde todo mundo tem voz ativa. O que é uma loucura, mas ao mesmo tempo, muito bom – conta Taís.
Conhecida do grande público por seus papéis em novelas da Rede Globo – a última, “Cheias de Charme”, fez tanto sucesso que se tornou um marco de audiência do horário – a também tem uma sólida trajetória nos palcos. Sua última peça foi “Amores, Perdas e Meus Vestidos” (2011), sob direção de Alexandre Reinecke.
– Apesar de ter começado primeiro no teatro, é na televisão onde minha carreira é mais próspera. Mas acredito que o teatro é o que vai garantir minha velhice. E isso ajuda até mesmo na televisão. Vou ficar uma atriz mais destemida, com mais estofo. É o teatro que vem me preparando, ele é muito desafiador. A televisão é minha casa. Então, para mim, é muito difícil fazer teatro. Mas também é delicioso – conclui Taís.