REALITY (FINAL)

Foto divulgação do espetáculo REALITY (FINAL)

Está chegando! Com texto de Michelle Ferreira e dirigido por Ramiro Silveira, a paulista A Má Companhia Provoca estreia no dia 6 de novembro seu segundo espetáculo: “Reality (Final)”, no Sesc Pinheiros.

Escrito em 2009, o texto ficou entre os cinco finalistas do Prêmio Luso-Brasileiro de Dramaturgia promovido pela Funarte e pelo Instituto Camões de Portugal (2010), ganhou o segundo lugar do Prêmio Heleny Guariba, em 2011 e foi finalista da seleção Brasil em Cena do CCBB, em 2012, com leituras dramáticas em

Brasília e Rio de Janeiro. O texto também participou da Vigília Cultural do Sesc Casa da Gávea, no Rio de Janeiro, em 2012, em leitura dramática com a participação de Paulo Betti, Teresa Seiblitz e Sara Antunes, entre outros.

Para o diretor Ramiro Silveira, a dramaturgia possui tanta originalidade e ausência de pudor que o que parece mórbido é, na verdade, uma comédia que faz refletir sobre a vida e seus limites. “É admirável a forma com que Michelle Ferreira aborda temas considerados ‘pesados’ mas sensivelmente humanos e, portanto, urgentes”, diz ele.

Texto tão engraçado quanto profundo, “Reality (Final)” conta a história de Eva Lo Brac, atriz que fez muito sucesso na TV, mas, por seu espírito anarquista, foi esquecida. Hoje, com mais de cinquenta anos, está falida e com câncer. Para esquecer de sua situação precária, ela usa drogas alucinógenas e relaxantes que possam trazer algum conforto. Mora com a filha, uma artista plástica incompreendida, e é amiga de um traficante. Um dia é convidada por uma produtora de TV inescrupulosa para participar de um reality show sobre doentes terminais apresentado por um médico narcisista que faz às vezes de animador de auditório. Do programa participa, também, uma jovem que sofre de leucemia. Ganha esse reality show quem comover mais o público e conseguir morrer por último.

No elenco, além de Michelle Ferreira, estão Flávia Strongolli, Maura Hayas e Solange Akierman e os atores convidados Paula Brandão e André Corrêa.

Situações limite

Sem cair nos clichês, a encenação de “Reality (Final)” usa o tema do reality show como pano de fundo para falar de situações limite. Para Ramiro Silveira os personagens vivem, na vida privada, a doença, a morte, o fracasso e as crises nas relações familiares. Ao mesmo tempo, habitam a sociedade do espetáculo que, por causa de seu voyeurismo, é capaz de produzir extremos como um reality show de doentes terminais. “A invasão da privacidade será levada ao extremo em um espetáculo ácido e instigante, calcado no jogo dos atores e nas suas interpretações, e em suas relações tão intensas e bem construídas”, explica o diretor.

Para a própria dramaturga e atriz Michelle Ferreira, “Reality (Final)” fala especialmente das várias relações entre mãe e filha e do que realmente as pessoas querem deixar após a morte. “O texto não é só uma crítica aos realitys shows, pois com isso eu estaria chutando cachorro morto”, brinca ela.

Caixa branca

Com foco no trabalho do ator, Ramiro Silveira optou pela simplicidade na encenação em um espetáculo com poucos elementos e esteticamente limpo. O cenário é todo branco, do chão as paredes, com apenas seis cadeiras de praia também brancas. “Nesse cenário asséptico a luz terá fundamental importância, assim como os figurinos, que serão mais coloridos e trarão alguns truques, como roupas que se transformam em outras”, conta ele.

A trilha sonora traz composições feitas especialmente para o espetáculo, além de releituras de sucessos dos anos 80 e 90.

Sobre a Má Companhia Provoca

Criada em 2011, A Má Companhia Provoca trabalha com textos exclusivamente brasileiros, inéditos, relevantes dentro da dramaturgia contemporânea, seja na temática, na linguagem, na forma ou no modo de construção. A intenção é produzir obras atuais e promover questões que são urgentes com o objetivo de criar em cada trabalho um território de comunicação sem hierarquia entre o objeto (a peça) e seu espectador. Os Adultos Estão na Sala foi o primeiro texto encenado do grupo e teve excelente aceitação de público e crítica, tendo cumprido seis temporadas de sucesso – Sesc Pinheiros (março/abril 2013), Teatro Cemitério de Automóveis (junho 2013), CIT-ECUM (julho/agosto 2013), TUSP (agosto/setembro 2013), Teatro João Caetano (dezembro 2013) e Teatro Martins Penna (fevereiro/março 2014),  além da participação nos festivais XIII Fester (RJ), Fenata (PR), Janeiro Brasileiro da Comédia (SP) Extrema Mostra Teatro (MG) e circulação por diversas cidades do interior de São Paulo (rede Sesc) e pelo Circuito Cultural Paulista. A peça recebeu duas indicações ao Prêmio Shell 2013 (melhor texto e melhor atriz)  e uma indicação ao prêmio da Cooperativa Paulista de Teatro  (melhor elenco). Fazem parte da companhia Flavia Strongolli, Maura Hayas, Michelle Ferreira, Ramiro Silveira e Solange Akierman.

Para informações sobre ingressos, acesse diretamente o site do Sesc Pinheiros.

Núcleo de Divulgação AC

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